Depreciação de veículos: faça o cálculo e veja se a compra vale a pena

Você calcula a depreciação antes de comprar um veículo? Veja por que fazer isso agora mesmo.
  • Atualizado em December 29, 2021
  • Publicado em June 15, 2018
  • Seu carro

Você já ouviu falar em depreciação de veículos? Se escutou essa expressão, sabe exatamente o que ela significa? Pode ser que você responda "não" a uma dessas perguntas, mas acredite: é muito importante compreender esse quesito para evitar a perda de dinheiro.

Basicamente, a depreciação é um processo de redução do valor do bem — no caso, do automóvel que você já tem. Esse cenário é derivado do desgaste natural por uso, obsolescência ou ação da natureza. Em qualquer uma das situações, o resultado é o mesmo: o carro vale menos na venda do que na compra.

E é exatamente por isso que se torna essencial compreender esse conceito. A partir dele, é possível calcular a redução de preço do veículo com o passar dos anos para, então, confirmar se vale a pena trocá-lo ou vendê-lo. Assim, consegue maximizar o retorno na hora da comercialização.

Gostou da ideia? Aproveite e veja como colocá-la em prática e fazer bons negócios.

O conceito de depreciação de veículos

Segundo o Dicionário Michaelis Online, a palavra depreciação é sinônima de "baixa de preço ou de valor; desvalorização. Dedução anual de certa porcentagem do valor de compra escriturado de bens, que corresponde à desvalorização anual por desgaste e uso".

Esse processo acontece com vários bens, inclusive veículos. Aliás, a perda de valor do carro para revenda chega a 20% em alguns casos, apenas por sair com o automóvel da concessionária, conforme dados do Site Contábil.

Esse percentual é considerado porque abrange uma vida útil de 5 anos para o carro — apesar de, no Brasil, essa estimativa ficar abaixo da realidade. Os seminovos e os usados sofrem uma desvalorização ainda mais elevada, o que pode dificultar a venda ou a troca por modelos mais novos.

Outro quesito que interfere nesse aspecto é a nacionalidade do veículo. Os importados têm maior depreciação devido à manutenção mais cara. O percentual pode atingir 50% em apenas dois anos, segundo dados do blog Doutor Multas. Por isso, é recomendado considerar trocá-los todos os anos.

Já os produzidos no Brasil e os modelos mais básicos e de baixa quilometragem são os menos desvalorizados. Em dois anos, a porcentagem de redução fica entre 20% e 30%.

Por fim, os automóveis comuns têm menor perda de valor que as caminhonetes e os SUVs. Isso ocorre porque os últimos dois veículos contêm características específicas e que atendem a um público menor.

Assim, fica evidente que é necessário saber calcular o percentual de depreciação dos veículos para avaliar se a compra ou a troca realmente vale a pena.

A avaliação correta da desvalorização

Esse processo depende de vários fatores. Os principais são os que apresentamos a seguir. Confira.

Tempo de fabricação

O valor do automóvel é definido por essa variável e também pelo ano do modelo. Entre esses dois critérios, o último é o que tem mais peso. No entanto, é indicado considerar os dois.

De toda forma, a diferença de valores de um ano para outro varia conforme o tempo de fabricação. Um carro seminovo (que tem até 2 anos de uso), por exemplo, costuma ter uma disparidade de 15%.

Os carros com mais de 5 anos têm essa porcentagem reduzida, ficando em 10%. Já os automóveis mais velhos ficam na faixa de 5% a 6%. Os dados são do Uol.

Apesar dessa média, lembre-se sempre de que essa variação depende dos equipamentos que o carro tem, de seu estado de conservação e da preferência por alguns modelos.

Alterações nas características originais do veículo

Um dos fatores que impacta de forma significativa na depreciação do carro são as alterações realizadas no veículo, modificando seu estado original, tais como:

  • rebaixamento da suspensão;
  • mudanças no motor para gerar mais potência;
  • troca de rodas.

Essas modificações não somente fazem com que o automóvel necessite de mais manutenções, como também impactam em seu valor de mercado, já que alteram o produto original.

Quilômetros rodados

Esse fator nem é o mais importante, mas também deve ser analisado. De modo geral, o consenso é que a partir de 60 mil km é preciso ter mais atenção com as peças do veículo. Isso também implica a possibilidade de gastos mais elevados com manutenção, tanto com a compra de peças para reposição quanto com os serviços de mão de obra.

Estado de conservação

O fato de um carro não ter uma quilometragem alta registrada, não quer dizer, necessariamente, que está isento de sofrer depreciação. Ele pode ter rodado pouco, mas se não estiver devidamente conservado, terá seu valor reduzido.

Por exemplo, um automóvel com mais de cinco anos de uso e apenas 25 mil quilômetros rodados poderia facilmente ser enquadrado na categoria de baixa quilometragem e vendido por um valor mais alto, não é verdade?

No entanto, se o veículo apresentar sinais como bancos manchados ou com furos, sinais de batidas e outros desgastes, certamente será depreciado. Lembrando que a falta de revisões também impacta neste sentido.

Presença da marca no mercado nacional

Algumas marcas têm forte presença no mercado automobilístico nacional, como Toyota, Honda, VW e Chevrolet. Além do fato de, com o decorrer dos anos, terem consolidado a imagem de que seus veículos são altamente resistentes e exigem manutenções simples.

Fatores como esses contribuem para que a marca também impacte na depreciação do carro. Neste contexto, se o automóvel for de um modelo mais "popular", sofrerá menos depreciação do que se fosse de outra marca.

Contudo, é importante destacar que a questão da exigência de manutenções não reflete necessariamente a realidade, mas sim um impacto positivo causado pela conquista da marca no mercado.

Desgaste da embreagem

Se existe um componente do carro que trabalha bastante durante a condução é a embreagem. A troca de marchas pode ocorrer centenas de vezes em um único dia, principalmente se o motorista dirige a maior parte do tempo em vias urbanas. Com isso, o desgaste das peças torna-se apenas uma consequência comum, causando a depreciação do carro.

Para que você tenha uma ideia, uma embreagem é desenvolvida para durar em torno de 100 a 150 mil quilômetros. Porém, fatores como o estilo de direção do motorista e o estado das vias pelas quais ele dirige podem encurtar de forma significativa esse intervalo. Atitudes como o hábito de, em uma subida, "prender" o carro com o pedal de embreagem em vez do freio de mão, aumentam ainda mais os riscos de danos.

Por se tratar de um componente indispensável para o funcionamento do automóvel, caso em uma avaliação de revenda a embreagem apresente falhas ou sinais de desgaste, não há dúvida de que ele terá seu valor de mercado reduzido.

Cor da pintura

Por mais que o mercado automobilístico seja conhecido por ser inovador, tendo como exemplo a possibilidade do proprietário personalizar seu veículo da forma como desejar, é importante lembrar que gosto é algo muito pessoal. O que significa que uma determinada alteração pode não agradar os próximos compradores potenciais.

Digamos que o motorista atual escolha pintar o carro com uma alternativa que esteja em alta no momento em um tom extravagante. Quando ele decidir vender o veículo mais tarde, pode ter dificuldade para conseguir negociar o bem por um preço razoável.

Histórico de acidentes

O ideal é consultar esse quesito na Circunscrição Regional de Trânsito (Ciretran) utilizando o Certificado de Segurança Veicular (CSV), presente no documento do automóvel. Uma avaliação a olho nu também permite identificar sinais de que já houve algum acidente. Alguns indicativos são:

  • portas que fecham incorretamente, raspam na lataria ou estão desalinhadas em relação à carroceria;
  • tons de pintura desiguais em diferentes partes do carro;
  • para-choques, capô e/ou porta-malas desalinhados.

Lembre-se de verificar se o veículo também passou por enchentes ou alagamentos. Busque vestígios de terra embaixo dos carpetes e bancos e veja se há algum cheiro estranho. Confira ainda os componentes elétricos.

Se possível, leve o carro ao mecânico para fazer uma avaliação geral. Esse especialista indicará de maneira mais adequada se há problemas.

Tecnologia desatualizada

Um automóvel com poucos recursos será mais difícil de vender. Atualmente, é praticamente obrigatório que o carro tenha ar-condicionado, vidros e trava elétricos, 4 portas, direção hidráulica, sistema ABS para os freios, entre outros.

Esses itens são o mínimo que um carro deve ter. O ideal é que ele conte com outras funcionalidades, como câmbio automático, porque a chance de revenda é maior no futuro.

O cálculo da depreciação de veículos

Essa contabilização pode ser feita de maneira bastante simples. O primeiro passo é definir o período de análise da desvalorização. O indicado é usar o prazo de 5 anos, porque essa é a previsão de vida útil de um carro, como já indicamos. No entanto, essa é apenas uma estimativa, que nem sempre corresponde à realidade.

O que isso significa? A resposta é simples! Por ser um cálculo que estima a perda de valor do veículo, o resultado será zero após 5 anos. O automóvel continua a ser utilizado após esse período e tem valor de mercado para venda ou revenda. Nesse caso, é preciso conferir a tabela Fipe, que trará uma indicação correta de preço, desde que o carro esteja em boas condições.

Então, para que serve o cálculo da depreciação de veículos? Para assinalar se a decisão de compra é a melhor. Como cada automóvel tem características diferentes, o resultado dessa conta aponta em qual situação há menos perda de valor, especialmente para fazer uma troca antes desse prazo de 5 anos. Assim, você consegue definir qual dos modelos desejados é o melhor.

Entendeu? Agora que ficou mais claro por que você deve fazer o cálculo de depreciação, chega o momento de saber colocar esse conceito em prática!

Como fazer o cálculo de depreciação do veículo?

Como o período considerado é de 5 anos, o primeiro passo é dividir o preço de compra do automóvel 0 km por 5 para chegar à perda anual. O resultado deve ser dividido por 12 para encontrar a depreciação mensal. Por exemplo: imagine que o veículo 0 km custe R$50 mil. A desvalorização anual é de R$10 mil (R$50 mil ÷ 5) e a mensal é de R$833,33 (R$10 mil ÷ 12).

Esse cálculo, apesar de indicado, pode sofrer variações de acordo com diferentes fatores, como já indicamos. Ele considera a vida útil do veículo, porque é um cálculo contábil, que segue as normas da Receita Federal. Por isso, entende-se que, após 5 anos, o automóvel deixa de ter valor.

Na prática, isso não acontece. Por isso, é recomendado analisar a tabela Fipe, que trará uma indicação mais clara do preço do carro. A análise feita nesse caso considera o histórico de valores registrado desde 2001. Perceba a diferença com um exemplo claro.

Um Chevrolet Onix LTZ 2014 1.4 de câmbio manual tinha valor de R$46.045 em junho de 2014. Depois de 1 ano de uso, o preço diminuiu para R$40.749. Após 2 anos, chegou a R$38.742. Com 3 anos, atingiu R$38.043. Viu como existe uma diferença significativa em relação ao cálculo de depreciação?

Isso acontece porque o cálculo, nesse caso, é diferente. A fórmula é a seguinte: (valor no ano anterior – valor no ano seguinte) ÷ valor no ano anterior. Utilizando o Onix que citamos acima, veja o exemplo: (46.045 – 40.749) ÷ 46.045 = 0,1150 x 100 = 11,5%.

Esse dado indica que o veículo perdeu 11,5% do valor no primeiro ano de uso. Se você fizer os mesmos cálculos para os outros valores apresentados, verá que no segundo ano, a desvalorização chegou a 4,93% e no terceiro atingiu 1,8%.

Como ficou claro, a depreciação é muito maior no primeiro ano e perde a força com o passar do tempo. Por isso, muitos afirmam que a compra do seminovo é um bom negócio, já que você adquire um carro em ótimo estado, pouco utilizado, mas que já sofreu essa grande queda de preço.

Listas de veículos que menos sofrem depreciação

A KBB Brasil, empresa especializada em pesquisas de preços de veículos, apresentou um levantamento com os carros que tiveram menor perda de valor em 2021.

Participaram desta edição todos os automóveis e comerciais leves 0 km à venda no período utilizado para o cálculo e que se mantiveram disponíveis ao consumidor. Deste modo, modelos que trocaram de geração, descontinuados ou que sofreram reestilizações muito marcantes não foram incluídos na pesquisa.

Confira o top 5 da lista:

  • Renault Kwid
  • Volkswagen Gol
  • Chevrolet Ônix
  • Fiat Grand Siena
  • Honda City

Você entendeu que a depreciação de veículos é um ponto importante, que pode fazê-lo perder dinheiro se for desconsiderado, certo? Então, é só começar a avaliar esse quesito e fazer a melhor aquisição possível.

Gostou de entender sobre esse assunto? Aprofunde seus conhecimentos aprendendo a economizar ao trocar de carro.
As informações que constam nesse artigo podem sofrer atualizações sem aviso prévio.
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