Direção elétrica ou hidráulica? Veja as diferenças e a melhor opção

Confira as principais características das direções elétrica e hidráulica e escolha o sistema mais vantajoso para você.
  • Atualizado em December 2, 2021
  • Publicado em November 8, 2020
  • Seu carro

Vai comprar um carro e bateu a dúvida entre direção elétrica e hidráulica? E agora, qual escolher? Entre tantas particularidades que precisam de atenção, como cor, modelo, consumo, acessórios e desempenho, ainda há essa importante característica que pode fazer toda a diferença.

Existem distinções significativas que devem ser levadas em consideração no momento da compra. O melhor caminho para acertar em cheio é se aprofundar nas pesquisas sobre funcionamento e alinhar as informações com as suas necessidades.

Para ajudar você nesta tarefa, reunimos no artigo a seguir as principais diferenças entre a direção elétrica e a hidráulica. Confira!

Entenda as principais características e modo de funcionamento da direção elétrica e hidráulica

Com os avanços da tecnologia e da mecânica dos carros, ficou para trás todo aquele esforço que o volante demandava. Se você usa o carro diariamente deve sentir a diferença principalmente na hora da temida baliza, que se tornou mais fácil com esses modelos de direção.

A diferença entre a direção elétrica e a hidráulica vai desde o funcionamento até a manutenção e consumo de combustível. Para tirar suas dúvidas entre o sistema elétrico e o hidráulico, confira detalhadamente as principais características de cada um.

Direção elétrica

A direção elétrica foi usada pela primeira vez no Suzuki Cervo, em 1988. Desde então, atraiu muitos usuários por permitir um manejo mais confortável do volante. Nesse modelo, o motor elétrico é acoplado à caixa de direção, permitindo duas opções: totalmente elétrica ou eletro-hidráulica.

Quando a direção é totalmente elétrica não há óleo no sistema, somente um motor elétrico fixado na caixa de direção, deixando o manuseio mais leve. Esse processo acontece da seguinte forma: quando você liga o veículo, o motor envia um sinal para o módulo eletrônico, que, por sua vez, aciona o motor elétrico. Após isso, sensores informam a rotação e a velocidade para uma central de controle que ativa esse recurso.

Quando o condutor faz o movimento de torque no volante, um sensor óptico armazena e interpreta essa ação como um comando para a realização da curva, associando-a a outras informações, como ângulo, sentido, velocidade angular, e, então, repassa os dados para a central eletrônica do sistema para que seja fornecida a assistência necessária. Caso o motorista mantenha a direção firme, em linha reta, o sistema não envia nenhuma assistência.

Já na opção eletro-hidráulica, a bomba é acionada por um motor elétrico, e não pelo do carro. Em ambos os modelos, o sensor tem a função de monitorar a força que é colocada na roda, auxiliando o motorista a fazer menos esforço na rotatividade do volante.

Por funcionar com um sistema independente, a direção elétrica permite a adaptação. Ou seja, caso o seu carro não tenha esse recurso, você pode fazer a instalação. Além disso, ela se resume em uma única peça, e todo o trabalho varia de acordo com a velocidade do carro.

Direção hidráulica

A direção hidráulica é o sistema mais comum encontrado em carros brasileiros. Também conhecida como direção assistida, foi utilizada pela primeira vez no modelo Chrysler Imperial, em 1951.

Esse modelo funciona por meio de uma bomba hidráulica que faz a circulação de óleo na caixa de direção, para que você não tenha que fazer muito esforço. A direção assistida, ou hidráulica, é até 80% mais leve para o condutor do que a mecânica, justamente pela existência desse óleo, que faz a lubrificação.

Para isso, um pistão é ligado à engrenagem da direção, que utiliza um fluido pressurizado que faz pressão a fim de que a roda gire com mais facilidade. A caixa é separada por esse pistão em duas câmaras. Quando você movimenta o volante, uma válvula faz a liberação do óleo, e a bomba realiza a circulação do fluido hidráulico, que aciona o pistão.

Resumidamente, duas linhas fazem a condução do fluido, forçando o pistão a se movimentar para o lado que tem mais pressão, tornando a sua manobra mais confortável e macia.

Principais diferenças entre direção elétrica e direção hidráulica

Devido ao modo de funcionamento e às particularidades desses sistemas, existem diferenças importantes no dilema: direção elétrica ou hidráulica. Essas distinções podem ser entendidas tanto como benefícios quanto como desvantagens, de acordo com a realidade e a necessidade do motorista. Listamos, a seguir, as principais diferenças que pesam na hora da decisão. Veja quais são elas e não erre na escolha!

Direção elétrica

A direção elétrica é um sistema muito prático, que não precisa de muitas manutenções e oferece mais conforto, facilidade no manuseio do volante e precisão nas manobras. Por ser totalmente elétrico, não exige acessórios mecânicos, como mangueiras e correias, o que permite que o veículo fique mais leve. Esse é o sistema de direção mais indicado para carros compactos e os de menor potência.

Vantagens da direção elétrica

Uma vez que o sistema elétrico não usa a força do motor do carro, você consegue ter uma economia de até 5% no combustível. Seu consumo pode chegar a aproximadamente 0,6 cavalos de potência ou 470 watts, bem inferior à direção hidráulica. Além disso, a demanda de potência não ocorre quando o veículo está avançando em linha reta, apenas nos momentos em que o condutor movimenta o volante.

A manutenção de uma direção elétrica é menos trabalhosa por ser um sistema mais simples, em que não se aplica uma série de componentes utilizados na direção hidráulica. Não há necessidade de fazer troca de óleo, pois não utiliza fluidos e exige apenas as revisões periódicas recomendadas de acordo com o modelo do automóvel. Tudo isso acaba sendo mais econômico no decorrer do tempo.

Tanto a direção hidráulica quanto a direção elétrica podem valorizar seu automóvel no momento da revenda, porém, a modernização das principais funções nos automóveis, inclusive nos modelos populares e de entrada, é uma tendência e tomará cada vez mais espaço no mercado.

Além disso, o sistema elétrico possibilita agregar outras funcionalidades ao veículo, como o assistente de manutenção de faixa, que não deixa o motorista sair distraidamente de sua faixa de trânsito, ou o piloto automático adaptativo (também chamado de controle de cruzeiro adaptativo), em que o carro acelera e freia de acordo com o fluxo à sua frente, respeitando a velocidade máxima predeterminada, além do conhecido estacionamento automático.

A direção elétrica ainda contribui para a preservação do meio ambiente ao deixar de utilizar a bomba hidráulica e qualquer tipo de fluido em seu mecanismo de funcionamento, tornando-o uma alternativa ecologicamente correta.

Mesmo que o ideal seja que o sistema de direção venha instalado de fábrica, por ser um conjunto independente do motor, a direção elétrica pode ser agregada ao veículo posteriormente.

Desvantagens da direção elétrica

No entanto, alguns quesitos requerem mais atenção, como as chances de a direção sofrer uma pane elétrica. Isso não significa que o veículo travará ou que você perderá a direção, apenas que o manuseio do volante se tornará mais pesado, como se fosse em um sistema manual. E o custo do conserto, nesses casos, pode ser alto.

Apesar de a direção elétrica ser considerada extremamente eficiente e conceder ao veículo bastante estabilidade, não há ligação mecânica entre o sistema de direção e as rodas, portanto, para que o condutor não tenha a sensação de falta de controle do carro, o conjunto precisa estar perfeitamente calibrado. Essa mão de obra qualificada é mais difícil de ser encontrada e o indicado é que a análise seja feita nas concessionárias credenciadas, por um preço mais salgado.

Também vale ressaltar que, para desfrutar das vantagens citadas, é preciso estar disposto a pagar caro, pois os carros equipados com esse sistema têm valor mais alto do que aqueles com direção hidráulica por oferecerem uma tecnologia mais avançada. Portanto, é muito importante avaliar o custo-benefício.

Direção hidráulica

Apesar de a direção hidráulica ser um sistema um pouco mais complexo, ainda assim exige baixíssimo esforço do motorista e, por essa razão, costuma ser a escolha de novos condutores e já está presente na maioria dos modelos brasileiros no mercado automobilístico. Seu mecanismo facilita diretamente a movimentação das rodas dianteiras do veículo, o que reduz consideravelmente a resistência do volante em manobras.

Vantagens da direção hidráulica

A direção hidráulica é conhecida por ser muito segura e oferecer ao condutor uma alta sensibilidade com relação ao comportamento do veículo, o chamado “feeling”. O motorista consegue perceber com facilidade o tipo de piso em que está trafegando, seu grau de aderência, bem como prever qual será a resposta do carro nessas condições, um diferencial em pistas escorregadias ou em velocidades elevadas.

Além disso, não há o risco de pane elétrica no sistema de direção e mesmo no caso do estouro de um pneu, por exemplo, é possível manter um bom controle do veículo.

Os veículos equipados com a direção hidráulica contam com um preço mais acessível do que aqueles com direção elétrica, tanto para a aquisição quanto nas manutenções. Portanto, se o condutor mantiver condutas de direção consciente e cuidar bem do seu automóvel poderá usufruir ainda mais dessas vantagens.

Desvantagens da direção hidráulica

Entretanto, como nem tudo é perfeito, há características não tão positivas que devem ser levadas em consideração.

A estrutura do sistema da direção hidráulica é mais pesada e a bomba exige força do motor, o que faz com que carros com esse mecanismo percam de 1 a 3 cavalos de potência e tenham um consumo de 1.300 watts a 4.300 watts, tanto em manobras quanto trafegando em linha reta. Portanto, não é a mais indicada para os carros menos potentes, como as versões 1.0.

Outro fator importante é que, apesar de o custo de cada manutenção não ser tão elevado, os veículos com essa direção requerem que ela seja realizada com maior frequência. Deve ser feita a cada 50 mil km rodados para a troca do óleo, correia, mangueira, polia e alinhamento da direção, ou conforme os prazos informados no manual do veículo e de acordo com o modelo do carro.

Como mencionamos, o sistema de direção hidráulica é formado por diversos componentes, portanto, é preciso atenção para que, ao menor indício de problema, o veículo seja levado a um mecânico especializado a fim de evitar um prejuízo maior.

Os sinais mais frequentes de problemas são: direção pesada e chiado agudo constante, além dos vazamentos que ocorrem nas mangueiras de alta e baixa pressão ou na caixa de direção hidráulica que, geralmente, são resultados da falta de troca do fluido hidráulico.

Por esse motivo, sua manutenção pode ser complicada para quem não tem muita familiaridade com os aspectos do automóvel, já que os procedimentos devem ser feitos frequentemente, como verificação das mangueiras, checagem do reservatório — que não deve estar muito abaixo ou acima do nível ideal — e substituição de fluido hidráulico. Portanto, pode ser necessário buscar auxílio de profissionais especializados, encarecendo os cuidados do dia a dia.

Além disso, a opção pela direção hidráulica deve ser feita no momento da aquisição do veículo, pois ela é um item de fábrica e sua posterior instalação não é indicada. Isso porque seria uma modificação significativa na estrutura do carro, o que poderia ser um risco para a segurança do condutor, dos passageiros e de terceiros. Ainda, tal alteração ocasionará a perda de qualquer garantia do veículo e poderá comprometer seriamente o desempenho do motor.

O melhor é optar por um carro já devidamente equipado, pois, seja qual for o sistema de direção, sempre deve estar preparado para funcionar harmoniosamente com todos os mecanismos essenciais do veículo.

Opções de veículos

Agora que você já sabe mais sobre as características da direção elétrica e hidráulica, vamos mostrar os detalhes de alguns veículos que contam com essas opções. Um dos principais destaques em direção hidráulica é o Fiat Mobi Like 1.0 MT. Atualmente esse é o veículo mais acessível no mercado que já vem com o recurso.

Outros diferenciais de conforto são ar-condicionado, retrovisores e vidros dianteiros elétricos com one touch e anti esmagamento, entre outros. Um outro modelo interessante é o Fiat Uno Attractive 1.0 que costuma ser a versão mais procurada do Uno por oferecer um preço competitivo.

O Volkswagen Gol 1.0 também é equipado de série com direção hidráulica, frenagem de emergência, ar-condicionado, suporte para celular, preparação para som e banco do motorista com ajuste de altura. O Fox Connect 1.6 é mais um modelo que se destaca por ser um carro que oferece muitas vantagens e uma boa relação custo-benefício. Os recursos trazem a direção elétrica, volante multifuncional, central multimídia com tela sensível ao toque de 6.5 polegadas, computador de bordo e espelhamento de smartphones.

Vale ficar de olho também no Fiat Argo 1.0. Alguns comentários de crítica defendem que ele é o melhor lançamento da Fiat em anos. Um dos motivos é o excelente pacote de itens de série. Além da direção elétrica progressiva, o modelo conta ainda com iluminação no porta-malas, limpador de vidro traseiro, ar-condicionado, regulagem de altura, cinto de três pontos para todos os ocupantes, entre outros.

Cuidados simples

Vale ressaltar que o sistema de direção exige alguns cuidados para prolongar sua vida útil, não importa qual seja a opção escolhida pelo motorista. O importante é impedir o desgaste precoce e até mesmo a quebra de peças e componentes que podem comprometer a segurança do veículo em longo prazo.

Manter os pneus calibrados se mostra como um dos principais fatores que ajudam a deixar o sistema em processo menos sobrecarregado durante o trabalho. Além disso, ainda faz diferença no consumo do veículo de modo geral. São processos que vão desde levantar ou rebaixar a suspensão do veículo que são comuns por ai.

Eles podem até parecer inofensivos em um primeiro momento, mas tendem a comprometer a eficiência do sistema por interferir nos parâmetros originais do veículo. Na direção hidráulica, a manutenção correta de tempos em tempos evita rangidos e alteração no peso do volante que indica desgaste de peças de mecanismo.

Afinal, qual é a melhor escolha?

No momento de comprar o seu carro, é preciso avaliar os prós e os contras, como os que citamos aqui, para escolher entre direção elétrica ou hidráulica. Para isso, estude o preço do veículo e das manutenções e analise o custo-benefício.

Contudo, tão importante quanto levar em consideração as características, as vantagens e as desvantagens dos sistemas é testar o veículo antes da compra. Assim, é possível sentir como é o manuseio do carro e escolher aquele em que você se sente mais confortável, seguro e confiante. Afinal, o que é bom para uma pessoa pode não ser para outra, não é mesmo?

A direção elétrica e hidráulica foram criadas para proporcionar mais facilidade na condução do veículo. Cada uma delas tem suas particularidades, e ambas cumprem com seus propósitos. No entanto, ainda assim, é importante avaliar qual é mais adequada para as suas necessidades e condições.

Para se aprofundar no assunto e fazer uma boa aquisição, confira as 7 dicas que separamos para escolher o carro certo para o seu perfil.
As informações que constam nesse artigo podem sofrer atualizações sem aviso prévio.
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