Saiba como definir o valor de mesada dos seus filhos

Seu filho está pedindo um aumento na mesada? Descubra como calcular o valor ideal nesse post.
  • Atualizado em October 8, 2020
  • Publicado em May 9, 2017
  • Planejamento Financeiro

Dizem que isso acontece quando menos se espera, seja em um passeio ao shopping, durante um final de tarde no parque ou mesmo no caminho de volta da escola para casa, quando os pais estão distraídos. De repente, vem a pergunta: "pai, me dá um dinheiro?". Em situações como essa, você provavelmente deve se perguntar: será que está na hora de começar a dar mesada para o meu filho?

Para muitas famílias, a educação financeira dos filhos começa a ser uma preocupação quando eles começam a demonstrar interesse pelo dinheiro e pelas relações comerciais que o envolvem. No entanto, a relação das crianças com o dinheiro começa antes mesmo de terem desenvolvido noções de matemática para compreender o valor de cada moeda ou cédula.

Para facilitar o dia a dia de sua família e ajudar você a acompanhar o seu filho durante essa fase, montamos este post com informações preciosas de como ensinar as crianças a lidar bem com a mesada. Quer saber mais sobre este assunto? Então acompanhe!

Qual é a importância da educação financeira?

Normalmente, a primeira reação dos pais é incentivar o aprendizado e buscar maneiras eficientes de passar às crianças noções importantes de consumo consciente, economia e administração do próprio dinheiro.

Para isso, é utilizada uma ferramenta que divide opiniões, tanto dos pais quanto de especialistas: a mesada — um valor previamente estipulado e oferecido aos filhos para que tenham a experiência de lidar com o dinheiro de forma natural, ainda que sob a supervisão e orientação de seus responsáveis.

Ao contrário do que muitos pensam, a mesada não precisa ser vista de forma negativa, como um mimo exagerado ou inadequado para a idade da criança. Na verdade, ela contribui para que o pequeno receba uma boa educação, principalmente financeira.

A ideia de educação financeira nada mais é que oferecer a uma pessoa a possibilidade de se organizar no que diz respeito ao próprio dinheiro. Isso faz com que ela se acostume a pensar em estratégias para poupar, cortar gastos e investir o valor que ganha periodicamente.

A mesada é um exemplo prático de como isso pode funcionar ainda na infância. Ao ter a orientação dos pais de como usar o valor recebido, a criança já começa a lidar com as situações que o dinheiro traz, preparando-se para administrar de uma forma saudável o seu salário quando se tornar uma pessoa adulta.

Como definir o valor da mesada?

O hábito de oferecer a mesada aos filhos pode ser uma estratégia importante na educação financeira das crianças, mas, assim como tudo o que envolve a maternidade e a paternidade responsável, existem alguns aspectos que devem ser observados para garantir sua eficiência.

Nesse contexto, uma questão que costuma gerar muitas dúvidas entre as famílias é o valor da mesada. Não existe um único parâmetro que sirva para todas as famílias na hora de definir qual a soma de dinheiro que deve ser oferecida periodicamente aos filhos. Essa decisão deve ser feita de forma consciente, por ambos os pais, e reavaliada sempre que algum dos fatores envolvidos sofrer alguma mudança.

Na hora de calcular o valor de mesada, é importante considerar diversos aspectos. Veja os principais deles abaixo!

Veja a idade da criança

A fórmula "um real por ano de vida da criança" não faz muito sentido para a nossa realidade, mas as necessidades e desejos aos 5 anos e aos 15 não podem ser comparados. Aliás, antes dos seis anos, o valor da mesada é meramente simbólico, e serve apenas para se familiarizar com o uso do dinheiro e as relações de troca da sociedade.

A partir dos 7 anos, o valor deve ser suficiente para realizar alguns pequenos desejos, reajustando-o com o passar do tempo. Contudo, além da idade da criança, é necessário avaliar sua maturidade e o seu nível de responsabilidade.

Escolha a periodicidade do valor de mesada

Crianças pequenas têm dificuldade de lidar com a noção de tempo e normalmente se adaptam melhor ao conceito de semanada. Nesse caso, os finais de semana ajudam na contagem do tempo e os pais têm mais facilidade em demonstrar a periodicidade em que será oferecido o dinheiro.

Entre os 6 e 10 anos, a periodicidade quinzenal já permite um planejamento eficiente, tanto dos pais quanto das crianças. A partir dos 11 anos, pode-se espaçar mais os intervalos, determinando um único dia do mês para oferecer a mesada.

Analise o padrão de vida do grupo social

O valor da mesada é uma decisão pessoal de cada família, de acordo com sua realidade e suas prioridades. No entanto, é importante considerar o ambiente social e o círculo de convivência dos filhos para evitar comparações e divergências muito grandes. Nesse caso, pode ser uma boa ideia conversar com outros pais e encontrar um valor que não seja nem o mais alto nem o mais baixo em sua turma de amigos.

Verifique as possibilidades da família

Não faz sentido oferecer aos filhos uma mesada alta se a família tem uma situação econômica modesta, da mesma forma que as mais abastadas não devem estipular valores muito baixos. O ideal é que a quantia reflita as possibilidades econômicas de cada lar, já que faz parte da educação financeira dos filhos.

Defina a finalidade da mesada

A mesada não deve ser utilizada como forma de coerção ou chantagem — pelo contrário, ela deve ser uma ferramenta na educação financeira dos filhos, sendo acompanhada de orientação, supervisão e disciplina, quando for necessário.

O seu valor deve possibilitar pequenas compras de interesse da criança, como gibis, figurinhas, guloseimas ou brinquedos simples. Também é importante permitir que ela perceba que não é necessário gastar todo o dinheiro de uma só vez e que guardar uma parte da mesada permite adquirir objetos de valor mais alto, de livros a brinquedos mais caros.

Determine as metas de poupança

Desde a primeira infância, os filhos devem ser estimulados a poupar uma parte do valor da mesada (cerca de 20 a 30%), seja para realizar um pequeno sonho de consumo ou simplesmente para ter algum dinheiro reservado para o futuro.

Os pais podem enfatizar a importância de não desperdiçar o dinheiro com compras fúteis, ao mesmo tempo em que permitem pequenos erros — a prática pode ensinar mais que os discursos dos adultos. Por isso, é importante estipular um valor que ajude a economizar uma parte, mas que seja suficiente para ser administrado durante o mês.

Avalie a personalidade da criança

Algumas crianças já nascem com uma grande facilidade para administrar o dinheiro da mesada; outras cometem os mesmos erros, repetidamente. Por outro lado, algumas pessoas demonstram desde cedo o interesse por ganharem seu próprio dinheiro, enquanto que em outras essa vontade só desperta próximo à adolescência.

Por isso, mesmo que seja importante não fazer diferenças entre os filhos, é fundamental considerar a personalidade de cada criança na hora de definir a quantia. De qualquer forma, para preservar seu caráter educativo, a mesada deve ser precedida de uma conversa franca entre pais e filhos, estipulando desde o início o valor que será oferecido, a que ele se destina e quais as regras para usá-lo.

Outro ponto importante a ensinar às crianças é que a mesada é um privilégio e não está relacionada a suas obrigações em casa e na escola — estudar, tirar boas notas, arrumar o próprio quarto e cuidar de suas coisas são hábitos que fazem parte do cotidiano e dos seus deveres, por isso, não devem ser recompensados com dinheiro.

Por que você deve observar e instruir o seu filho?

Nem todas as pessoas aprendem desde cedo o verdadeiro valor do dinheiro, e isso faz com que se envolvam em dívidas e não tenham um planejamento financeiro bem definido. Para garantir estabilidade financeira para o futuro dos seus filhos, nada melhor que acompanhá-los no uso da mesada.

Para isso, é indispensável observar e dar conselhos de como administrar melhor o dinheiro recebido periodicamente pelos pais. A seguir, confira alguns motivos pelos quais você deve criar esse hábito!

Estimular hábitos de consumo consciente

O consumo consciente nada mais é que saber o que está comprando, de onde vem, qual a finalidade da aquisição e se ela é adequada para o momento. Essa é uma prática que contribui para o bem-estar pessoal e ambiental, evitando hábitos nocivos, como o consumismo ou o excesso de apego material.

Mostrar a importância de poupar e investir

É importante que a criança entenda que quanto mais cedo ela começar a se preocupar com o próprio futuro, maiores as chances de ter os seus objetivos conquistados e ser uma pessoa realizada quando chegar à vida adulta.

Por isso, um dos papéis dos pais na educação financeira é ensinar que nem todo o dinheiro precisa ser gasto imediatamente. O conceito de poupar para um objetivo maior e fazer com que o valor renda mais, por meio de investimentos, é algo que pode ser aprendido ainda na infância.

Ensinar a ter responsabilidade financeira

Responsabilidade financeira é saber usar os seus recursos de uma maneira adequada para conseguir comprar o que quer. Isso envolve se planejar para juntar dinheiro, evitar dívidas e não comprometer o orçamento.

Quando uma criança aprende isso, a sua relação com o dinheiro é bem mais positiva, favorecendo muito o seu planejamento financeiro na vida adulta. Por isso, vale a pena contar histórias, mostrar exemplos e aconselhar como o seu filho pode usar melhor a mesada recebida.

Com esses aspectos em mente, você pode determinar o valor ideal para a mesada dos filhos, sendo possível rever esse valor se a criança demonstrar responsabilidade, maturidade e necessidades além das esperadas. Com disciplina e orientação, a educação financeira dos pequenos acontece de forma natural e saudável, criando adultos conscientes, responsáveis e bem-sucedidos.

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As informações que constam nesse artigo podem sofrer atualizações sem aviso prévio.
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