Vivemos em uma época em que o verbo compartilhar é uma das palavras mais usadas. E esse termo também vem transformando as maneiras de fazer negócio em todo o mundo. É o caso, por exemplo, das empresas de economia colaborativa.
Você já deve ter ouvido falar de Uber, Airbnb ou Waze, não é verdade? Pois é, esses são exemplos de empresas de economia compartilhada e que vêm transformando os meios de consumo.
No Brasil, um exemplo clássico de economia colaborativa é o consórcio. Nele, os participantes pagam um valor mensal para serem contemplados com a carta de crédito necessária para adquirir um bem buscado conjuntamente entre eles. Trata-se de uma união de pagamentos para conquistar um objetivo em comum, o que torna esse modelo compartilhado e não centralizado.
Esse rejuvenescido do sistema econômico é baseado na troca, compartilhamento, uso e acesso a produtos, serviços e conhecimento por meio de plataformas digitais e sociais. É um modelo mais simplificado de negócios, focado nas transações de pessoas para pessoas, onde se valoriza bastante a integração e a confiança entre os envolvidos.
Tudo isso é bastante novo e já muito eficaz. Mas como que essas empresas cresceram tanto nos últimos anos? É o que entenderemos neste texto. Separamos uma lista com diversas empresas e mostraremos brevemente o seu funcionamento, de modo que você entenda, na prática, a atuação da economia colaborativa. Acompanhe!
Por que as empresas de economia colaborativa se fortaleceram dessa maneira?
Diminuição do desperdício
Esse movimento é uma clara resposta dos consumidores em relação aos impactos que o consumo desenfreado vem causando no mundo, especialmente no meio ambiente e nas relações sociais.
As ideias de dividir, compartilhar e doar substituem o acumular. As pessoas começam a perceber, por exemplo, que o que não serve mais para elas pode ser proveitoso para outros indivíduos. Não há porque se desfazer de um bem ou mandá-lo para o lixo quando a sua vida útil não terminou ou pode ganhar um outro sentido.
Novas tecnologias, internet e o fortalecimento dos laços sociais
Também podemos acrescentar o fator social das novas tecnologias. As redes sociais, os softwares de código aberto (conhecidos como open-source) e os dispositivos móveis são alguns exemplos de plataformas que aproximaram as pessoas e reanimaram esse senso de colaboração e integração para a geração valor. A internet e seus dispositivos tecnológicos foram e são capazes de globalizar iniciativas locais.
Aproveitando-se dessa expansão de demanda e oferta, a economia colaborativa propõe um modelo descentralizado, independente das ações das empresas tradicionais e onde as pessoas, cada uma em sua especialização, resolvem o problema de outras pessoas.
Crise econômica
Por incrível que pareça, a crise econômica tem um papel importante no crescimento da economia compartilhada. Nessa fase, as empresas e consumidores tendem a reaproveitar seus recursos e usá-los de maneira mais consciente. Logo, a procura pela colaboração é uma das maneiras de economizar e frear o consumo excessivo.
Por exemplo, é mais comum ver, no trânsito, pessoas carregando amigos e colegas de carona em vez de cada um ir no seu próprio carro. É um tipo de hábito que essa economia em rede se apropria para transformar o mercado.
Em quais áreas a economia colaborativa é mais atuante?
Nada melhor do que os casos reais para mostrar como opera essa economia que movimentou 15 bilhões de dólares em todo o mundo, somente em 2015, segundo a Venture Beat.
Esses novos modelos de negócio proporcionam oportunidades e estão presentes em diversos setores, como transporte urbano, turismo, financiamentos, educação e pesquisa.
A seguir, você vai conferir uma lista com 10 empresas de economia colaborativa que fazem bastante sucesso atualmente. Confira:
1. Uber
Apesar de polêmicas com taxistas sobre sua regulamentação, o Uber é um modelo que conecta passageiros e motoristas em tempo real por meio de um app. É um sucesso presente em todos os continentes e em diversas cidades do Brasil.
Por meio do aplicativo, os passageiros podem prever o valor do trajeto, pagar a corrida, compartilhar a viagem e o pagamento com outras pessoas, verificar o perfil do motorista, etc. Para quem dirige, há a vantagem de fazer uma renda extra utilizando o seu próprio carro e trabalhando na hora que bem entender.
2. Airbnb
O Airbnb junta pessoas com acomodações disponíveis em casa e viajantes que querem economizar. É um modelo interessante tanto para quem hospeda (renda extra) quanto para os visitantes (pagam mais baratos).
O mais legal do Airbnb é que não apenas quartos são ofertados, como também experiências oferecidas pelos anfitriões. Uma pessoa pode sair de qualquer lugar do Brasil com destino a Los Angeles, por exemplo, para se imergir no universo da pintura.
3. Waze
O Waze pode ser considerado um GPS colaborativo. O compartilhamento de informações já começa quando o aplicativo está instalado e sendo usado por motoristas, enquanto andam por cidades e estradas. O app coleta passiva e ativamente, pelos usuários, informações de velocidade, policiamento, radares, acidentes e tudo que possa tornar o trânsito mais inteligente.
4. Kickstarter
O Kickstarter é a principal plataforma de crowdfunding do mundo. A propósito, o financiamento coletivo foi dos primeiros modelos de sucesso na economia compartilhada. A ideia é estimular doações de pessoas para uma iniciativa, em troca de pequenas recompensas ou acesso ao bem resultante desses projetos.
Nele, é possível encontrar múltiplas ideias sendo propostas para aceitação e doação do público, como financiamento de livros, CDs, filmes, projetos sociais, etc.
5. Beved
Resolvemos trazer um exemplo brasileiro de educação colaborativa. Caminhando de forma independente em relação aos governos e instituições de ensino, as plataformas como o Beved ganham espaço por colocarem especialistas no caminho de pessoas interessadas naquele conhecimento ofertado. Os cursos podem acontecer tanto online, por meio de videoaulas, quanto presencialmente.
6. Wikipedia
Falando em conhecimento compartilhado, a Wikipedia, junto com outros sites “Wiki”, compõe uma rede de artigos produzidos livremente por milhões, ou até bilhões, de usuários na internet.
O projeto não tem qualquer fim financeiro e, apesar de distribuir informações questionáveis, é inegável o senso de colaboração das pessoas para criar, revisar e otimizar textos no site.
7. 99 Designs
O 99 Designs é um projeto que conecta designers freelancers e pessoas ou empresas que buscam construir uma identidade visual para o seu negócio ou projeto.
O seu funcionamento é baseado em um concurso em que os contratantes detalham suas demandas e parte dos mais de 1 milhão de designers enviam seus trabalhos. A arte escolhida é vendida com os direitos autorais e o produtor recebe a sua recompensa.
8. OLX
A OLX é uma das empresas mais conhecidas na internet e, se você ainda não sabia, também faz parte dessa economia colaborativa.
O site e o aplicativo fazem a ponte entre as pessoas que tem algo para desapegar e consumidores que estão atrás de bens para pagar um preço mais em conta do que a média do mercado. Lá, é possível encontrar de tudo a venda, como carros, motos, terrenos, casas, celulares, móveis, eletrodomésticos e muito mais.
9. Enjoei.com
O enjoei.com segue na linha da OLX, a diferença está em sua linguagem mais descolada, convidativa para os jovens (maiores consumidores dessa economia compartilhada) e na possibilidade de realizar as transações online. Além disso, o seu foco está bem destacado em vestuário, artigos para a casa, móveis, livros, celulares, games e outros produtos de informática.
10. TripAdvisor
O TripAdvisor é a maior comunidade de viagens do mundo. Uma rede de colaboradores, pessoas normais, que viajam por diversos países, sejam trips internacionais ou locais, e registram suas avaliações, com comentários, notas e fotos, sobre hospedagens, restaurantes, atrações turísticas e cidades.
A ideia é melhorar a decisão de compra de consumidores que querem viajar e consideram a opinião de outros clientes. Isso sem contar que também é possível fazer reservas pelo site.
As empresas de economia colaborativa são, ao mesmo tempo, tendências e realidades consolidadas. São modelos de negócio que já fazem parte da rotina de bilhões de consumidores pelo mundo e vêm mudando os paradigmas do consumo.
É um modelo que valoriza o compartilhamento, a troca e fortalece as relações sociais e os cuidados com o meio ambiente. Isso sem deixar de produzir riqueza, só que agora de modo bem mais consciente.
Se você gostou deste artigo, não pode deixar de conferir o nosso infográfico especial que complementará essa leitura. Nele, contamos A história do consórcio como economia colaborativa e como esse modelo vem fazendo sucesso há bastante tempo!