Uma invenção brasileira o consórcio continua inovador. Acompanhando a dinâmica das necessidades de consumo de pessoas físicas e jurídicas, essa modalidade de crédito, que há tanto tempo caiu no gosto dos brasileiros, está sempre se adaptando às novas exigências do mercado.
Por conta disso, por mais conhecido que o sistema seja, as dúvidas sempre podem surgir. Mas não se preocupe. Neste post, você receberá uma atualização sobre como anda o mercado de consórcios, esclarecendo as suas principais dúvidas. Confira!
1. Como funciona o mercado de consórcios?
O consórcio foi criado na década de sessenta por um grupo de funcionários do Banco do Brasil que queriam comprar carros, mas não tinham dinheiro suficiente para pagá-los. Como naquela época não existia financiamento bancário para a compra de veículos, eles resolveram se agrupar e formaram um fundo comum que, mês a mês, passou a receber a contribuição de cada participante.
De lá pra cá, o mercado de consórcios evoluiu bastante e, além dos carros, vários tipos de produtos passaram a ser comprados por meio do consórcio, o que pode ser feito de maneira bastante simples.
Basta que o interessado procure uma administradora de consórcios credenciada pelo Banco Central e adquira uma cota específica para o tipo de produto que ele deseja comprar ou de serviço que ele queira contratar.
A partir da assinatura do contrato de adesão ao consórcio, a pessoa passa a fazer parte de um grupo de consorciados, entre os quais são distribuídas as cartas de crédito. Com a carta de crédito a pessoa pode fazer o pagamento à vista daquilo que deseja comprar ou contratar.
As cartas de crédito são entregues de acordo com uma das duas situações:
- se o consorciado tem o número da cota sorteado em uma das assembleias;
- se ele dá um lance vencedor em uma das assembleias.
Ao final do grupo, todas as cotas estarão contempladas.
2. O que o consórcio permite comprar?
Ao longo dos anos, o consórcio permitiu que milhões de brasileiros conseguissem comprar o veículo dos sonhos. Esse fato, associado à própria origem do sistema, fez com que a população se acostumasse com a ideia de o consórcio ser moldado para a compra de apenas carros.
Contudo, com a evolução do sistema, ficou claro que por ele é possível adquirir toda uma gama de produtos e contratar vários tipos de serviços.
Assim, além de carros, caminhões, motos, aviões, barcos e outros veículos passaram a ser adquiridos por consórcio. Também foram criados grupos destinados à compra de imóveis, aparelhos eletroeletrônicos e de máquinas, entre outros bens.
Ainda, serviços diversos, como de viagens, cirurgias plásticas, festas, cursos e muitos outros passaram a ser financiados por consórcios.
3. Quando o consórcio é vantajoso?
Com a atual situação econômica brasileira os consórcios têm assumido um papel cada vez mais relevante como meio de concessão de crédito para o consumo.
Afinal, ao contrário dos financiamentos bancários, o sistema não cobra juros e dispensa a análise de crédito na aquisição da cota, o que o torna uma ótima opção para quem precisa comprar um bem ou contratar um serviço, mas não dispõe de dinheiro para pagar à vista.
Em alguns nichos, como no imobiliário, os consórcios estão se tornando especialmente relevantes, uma vez que eles configuram uma modalidade simplificada de crédito para quem está à procura de um imóvel.
O mesmo vale para os setores de serviços e de máquinas agrícolas, nos quais o sistema também tem crescido em importância e deve assumir destaque cada vez maior.
Na compra de veículos as vantagens oferecidas pelo consórcio mantém a tradicional posição de destaque, com crescimento cada vez mais acentuado. Também para a aquisição de eletroeletrônicos, entre vários outros tipos de produtos, as características do sistema são bastante compensadoras.
4. Como são corrigidas as parcelas?
A correção é um aspecto importante dos consórcios, mas que nem sempre é entendida. É preciso ressaltar que há uma cláusula no contrato de adesão que prevê a correção do valor da carta de crédito e, consequentemente, das parcelas que o consorciado deve pagar mensalmente.
É interessante destacar que essa é uma medida que protege o consorciado da desvalorização da carta de crédito perante a inflação do país. Por exemplo, imagine que você adquira uma cota de consórcio para comprar um imóvel que hoje custa R$ 500 mil e que venha a receber a carta de crédito daqui a cinco anos.
Ora, se não houver a correção das parcelas e, portanto, da carta de crédito, daqui a cinco anos é quase certo que os R$ 500 mil que você venha a receber não sejam suficientes para comprar o imóvel que você deseja. Afinal, ao longo desse tempo, o mercado imobiliário passará por reajustes, que serão acompanhados pelo preço do tipo de imóvel que você tem em vista.
5. Posso usar o FGTS no consórcio?
Uma dúvida frequente diz respeito à possibilidade do uso do Fundo de Garantia do Tempo de Serviços (FGTS) no pagamento de consórcio imobiliário. Saiba que essa possibilidade existe.
A legislação admite que o dinheiro do trabalhador depositado no FGTS seja utilizado para amortizar parcelas de consórcio imobiliário, dar lances, liquidar saldo devedor ou completar a carta de crédito. Se você tem dúvidas sobre como utilizar os valores disponíveis, tire suas dúvidas aqui.
6. Como prevenir erros?
O consórcio é uma excelente opção para quem está em busca de crédito. Porém, para que o consorciado obtenha o máximo de benefícios do sistema e para que ele não tenha dores de cabeça com a contratação, é preciso tomar alguns cuidados, como os apontados a seguir:
- verifique se a administradora do consórcio tem registro no Banco Central (BC) e se ela está autorizada a operar com o sistema;
- faça uma pesquisa sobre o conceito que a empresa tem no mercado em sites de registro de reclamações;
- faça um planejamento financeiro antes de adquirir a cota. Assim, você ficará sabendo qual valor pode pagar mensalmente, sem sofrer apertos no orçamento;
- leia o contrato de adesão antes de assiná-lo;
- mantenha os pagamentos em dia e garanta a participação nas assembleias ordinárias.
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