Você deseja realizar o sonho da casa própria ou tem outra meta pessoal e, quem sabe, empresarial? Em cada momento da nossa vida, temos um propósito diferente para conquistar, que pode ser uma viagem, compra de um carro, por exemplo. Todos sabemos que não é fácil juntar dinheiro para fazer investimentos e aquisições à vista, sem ficar endividado. Mas há uma saída sustentável e inteligente: o autofinanciamento!
A ideia é que a própria pessoa, física ou jurídica consiga atingir seus objetivos, economizando com outras pessoas que tenham os mesmos propósitos. Além de um menor custo, o autofinanciamento traz outros benefícios. Quer saber mais e entender suas vantagens e outras informações importantes sobre o assunto? Continue a leitura!
O que é autofinanciamento?
Para que você entenda bem o que é e como funciona o autofinanciamento, vamos dar um exemplo bem simples, envolvendo um grupo de pessoas que têm o objetivo de adquirir um bem ou serviço de valor mais alto, como um automóvel. Suponha que são 30 pessoas no total e todos eles querem comprar um automóvel que custa R$ 30 mil.
Então, o autofinanciamento vai funcionar assim: todo mês, cada integrante do grupo paga um valor de R$ 1 mil. Isso faz o total acumulado no mês ser suficiente para a aquisição de um automóvel para um dos participantes.
Dessa forma, assim que passarem 30 meses, todas as pessoas do grupo vão receber o seu automóvel, sem precisarem desembolsar um valor à vista para isso! Então, resumindo, autofinanciamento significa poupar de maneira colaborativa sem ter que depender de formas de aquisições que impactam em juros elevados para emprestar a quantia necessária para a compra de um bem ou serviço desejado.
Há diversas maneiras de uma pessoa ou empresa obter os recursos que precisa por meio do autofinanciamento. No caso de pessoa física, ela pode conseguir um serviço extra, trabalhar com vendas para obter uma renda complementar e, assim, juntar o valor que precisa. Além disso, é possível participar de um consórcio.
As empresas também conseguem obter os recursos necessários sem a necessidade de solicitá-los por meio de outras opções de parcelamento. São elas:
- adiantamento de clientes — recebimento de pagamentos à vista ou com a entrada de dinheiro resultante das vendas;
- consórcio — permite comprar bens e serviços sem comprometer o capital de giro com a aquisição imediata;
- crédito informal — valor emprestado por amigo ou parente
- desmobilização — retirada de móveis ou máquinas ociosos da produção;
- fornecedores — com melhores condições de compra de estoque e aquisição itens do ativo fixo com baixas taxas de juros e prazos elásticos;
- investimentos dos sócios — aplicação de novos valores no negócio, para aproveitar alguma oportunidade de mercado ou capitalizá-lo.
- lucro — obtido por meio do reinvestimento dos resultados positivos do próprio negócio.
Dessa forma, tanto para pessoas físicas quanto para pessoas jurídicas há diversas opções de autofinanciamento. A escolha vai depender das possibilidades e do momento apropriado.
Qual o momento ideal para o autofinanciamento?
Não existe uma resposta exata para essa questão. Isso porque, as necessidades pessoais e empresariais podem variar bastante. Essa variação ocorre devido às possibilidades e situações em que uma pessoa ou organização se encontra.
Em geral, no caso de empresas a busca por recursos necessários para manter a capacidade de produção e da sua estrutura empresarial, podendo incluir, por exemplo, aquisição de novas máquinas é um momento ideal para um autofinaciamento, já para uma família, o desejo de adquirir um carro maior ou uma casa melhor localizada também podem ser motivos para isso.
Quais são as principais vantagens do autofinanciamento?
Essa é uma modalidade de aquisição que oferece muitas vantagens, sendo que a principal delas é estimular uma relação saudável com o dinheiro. Afinal, muitas pessoas acabam se endividando por anos ou décadas para atingir um objetivo. Com isso, há um grande risco de se enfrentar problemas e se encontrar em um verdadeiro pesadelo.
Mas esse perigo não existe para quem faz um autofinanciamento. Além dessa vantagem, conheça outros benefícios que você pode encontrar ao optar por essa modalidade:
- não há necessidade de dar um valor de entrada;
- aquisição 100% parcelada;
- proporciona poder de compra à vista;
- flexibilidade no uso do crédito.
Qual a relação do autofinanciamento com o consórcio?
Bom, “auto” quer dizer tudo aquilo que funciona por si mesmo ou que é próprio. Portanto, autofinanciamento, como já mencionamos, é financiar a si mesmo. É isso que ocorre com o consórcio. Lembra-se do nosso exemplo no início deste artigo? Pois bem, a situação ocorreu, de fato, em meados dos anos 1960, quando surgiu o consórcio aqui no país e alguns colaboradores do Banco do Brasil decidiram atingir o objetivo de comprar um veículo.
Para isso, eles se reuniram e começaram a investir em um fundo comum. Todos tinham que contribuir todo mês, para poderem participar dos sorteios que eram feitos. Assim, ao juntar todos os pagamentos, havia a possibilidade de comprar um automóvel à vista mensalmente. Então, criaram uma estratégia para garantir que todos tivessem essa chance de ter um carro.
Eles pensaram da seguinte maneira: todo mês haveria sorteios para comprar o veículo de cada um deles. Ou seja, quem fosse o sorteado teria o valor para comprar seu carro. Essa forma de reunir pessoas com propósitos semelhantes é simplesmente um autofinanciamento.
Como funciona o consórcio?
Ele é bem simples. Como vimos, o consórcio é a reunião de diversas pessoas para a aquisição de um mesmo bem (veículos, imóveis etc.) ou serviço (viagens, cirurgias etc.). Dessa forma, todos os consorciados pagam um valor mensalmente à administradora do consórcio para a concretização dessa meta. Os recursos financeiros dos consorciados formam um fundo comum.
Esse valor é utilizado pela administradora escolhida para o autofinanciamento dos integrantes. É ela quem vai auxiliar no gerenciamento dos recursos. Depois, é preciso seguir alguns passos para conseguir ingressar no consórcio, como:
- fazer a escolha do bem ou serviço a ser adquirido;
- determinar o valor a ser pago;
- decidir o prazo para pagamento;
- definir o valor de cada parcela tendo como base o seu próprio orçamento.
Saiba que definir o bem ou serviço é essencial para indicar o grupo do qual você vai fazer parte. Por exemplo: você tem a intenção de adquirir um carro e entra em um consórcio cuja carta de crédito é destinada à compra do veículo. Neste caso não será possível adquirir um imóvel quando houver a contemplação.
O que entra nas parcelas
Para que o autofinanciamento seja feito com total cautela pelo consórcio, é fundamental entender tudo o que está incluso nas parcelas. Nelas, há a taxa de administração, paga à administradora pelo trabalho de gestão investido no grupo.
Também existe o fundo comum, que é um valor pago à administradora para formar uma poupança que será destinada à compra dos bens ou serviços dos consorciados. Além disso, podem ser cobrados alguns valores adicionais, destinados ao fundo de reserva e ao seguro, quando houver.
Mas tudo isso vai depender do consórcio e da administradora. Por isso é importante avaliar bem o contrato de adesão antes de assinar. Agindo assim, você evita contratempos desnecessários e pode acompanhar seu investimento com tranquilidade.
Como é feita a contemplação
Ao fazer o pagamento das parcelas, o integrante do consórcio pode participar das assembleias. Elas mostram como o grupo está funcionando e promovem os sorteios dos consorciados que serão contemplados com a carta de crédito. Outra forma de contemplação é por lance, semelhante à antecipação de parcelas.
Sorteio da carta de crédito
Em uma espécie de leilão, o consorciado que oferece o maior valor de antecipação aumenta as próprias chances de ser contemplado. Já o sorteio acontece durante a assembleia realizada mensalmente, que pode fornecer a carta de crédito quem tiver mais sorte, caso ninguém realize um lance.
Período para ofertar o lance
As ofertas devem ser enviadas antes da realização da Assembleia, informando a quantidade de parcelas a antecipar ou o percentual da carta de crédito a ser pago antecipadamente por meio do lance. Cada administradora pode estipular um período diferente para essa oferta, por isso é importante verificar qual o processo adotado e especificado em contrato.
Como se informar sobre a administradora?
As administradoras são instituições muito importantes, já que elas fazem o gerenciamento dos consórcios e administram os valores pagos pelos integrantes dos grupos. Por isso, é necessário escolher uma instituição eficiente e que garanta a segurança dos recursos financeiros. Veja a seguir quais fatores devem ser analisados na hora de escolher um consórcio!
Busque informações sobe a administradora
Procure se informar sobre a administradora para ter certeza de que ela é a melhor opção. Escolha uma parceira que ofereça alguns diferenciais, por exemplo, transparência nos processos, possibilidade de usar um simulador online, operações seguras etc. Dê uma olhada no site e nas redes sociais para verificar a sua reputação no mercado.
Aproveite para averiguar o blog e ler os conteúdos disponibilizados na página. Analise detalhadamente as informações colocadas no contrato. Isso é crucial para compreender o funcionamento e as regras do consórcio. Dessa forma, verifique:
- planos ofertados;
- valores oferecidos;
- prazos para pagamento;
- condições para a venda das cotas;
- direitos e deveres das partes contratantes.
Uma boa administradora oferece planos diversificados para possibilitar o alinhamento das condições às demandas e ao orçamento de seus clientes. Estude todas as vantagens oferecidas e só contrate aquela que ofertar um plano de acordo com o seu planejamento financeiro. Compare os benefícios e as desvantagens que estão visíveis no contrato de consórcio.
Verifique também a taxa de administração e que percentual ela representa ao ser incorporada à parcela mensal. Esse valor deve ser o suficiente para pagar as despesas da administração do grupo já que ele servirá para manter a prestadora de serviços em atividade.
Avalie o tempo de experiência que ela tem no mercado
Um consórcio envolve o pagamento de valores durante um longo período, motivo pelo qual é preciso avaliar o tempo de experiência que a administradora tem no mercado. Com isso, evitam-se surpresas desagradáveis e há mais segurança para quem participa da negociação. É indicado contratar empresas que tenham mais de 20 anos de atuação.
Confirme se ela tem autorização do Banco Central
Antes de assinar o contrato, é indispensável confirmar se a administradora que vende os consórcios está autorizada pelo Banco Central (Bacen) para atuar no território nacional. A empresa precisa estar devidamente credenciada pelo agente governamental que é responsável por regular e fiscalizar a sua atuação. No site do Bacen você conseguirá descobrir esse registro.
Confira se o número do Cadastro Nacional de Pessoas Jurídicas (CNPJ) está registrado nessa página. A administradora tem que estar registrada e receber autorização para comercializar os consórcios, formar os grupos e administrar o dinheiro. Se estiver sendo punida por alguma irregularidade, não será autorizada a operar e você deverá evitar a contratação.
Entenda como funciona o suporte oferecido
Opte por uma prestadora de serviços que disponibilize suporte diferenciado aos consorciados e esteja disposta a ajudar ao longo de toda a trajetória. A administradora precisa auxiliar em diversos pontos, orientar sobre a separação das parcelas e o investimento mensal dos valores. Os consultores são os responsáveis por falar a respeito dos objetivos financeiros em curto, médio e longo prazo.
Verifique o atendimento ao público que ela oferece
Uma administradora precisa prestar um ótimo atendimento ao seu cliente. Os seus serviços devem oferecer garantias para os consorciados desde o momento da venda e no pós-venda. Verifique se os consultores oferecem ajuda para fazer um planejamento financeiro que o ajudará a organizar as despesas e receitas.
Pesquise se há reclamações feitas por consumidores
Se realmente for contratar o serviço, descubra a opinião de outras pessoas a respeito da administradora. Tente conferir como é o relacionamento com os consorciados, ouvindo outros clientes que já participaram de um plano de consórcio. Descubra o nível de satisfação do público e busque formar a sua própria opinião a respeito da empresa.
Utilize a Internet para buscar as informações, entre no site Reclame Aqui ou Consumidor.gov e faça uma pesquisa para ver como os clientes se manifestam acerca da administradora. Observe os canais oficiais que defendem o consumidor, por exemplo, o Procon que registra os dados sobre as instituições que atuam no mercado. Consulte as redes sociais, leia os comentários. Enfim, use todos os recursos digitais para se precaver.
Confira a política de reajustes
Preste atenção na política de reajustes que deve estar prevista no contrato de consórcio. Verifique se os valores praticados pela administradora são abusivos ou não encarecem as parcelas. Faça a leitura de cada cláusula do contrato: da descrição das condições do plano, dos prazos e dos custos relacionados.
As administradoras de consórcios precisam ser empresas de confiança e comprometidas com os objetivos dos consorciados. Escolha uma que tenha uma carteira sólida formada por pessoas jurídicas e físicas e tenham planos que contemplem diversos tipos de serviços e de bens. Além disso, os consultores devem colaborar com os clientes e transmitir segurança.
Por fim, ao optar por um consórcio para atingir seus objetivos, lembre-se de considerar as indicações que fornecemos neste artigo, para ter certeza de escolher uma administradora sólida e confiável. Esperamos ter contribuído para aumentar os seus conhecimentos sobre autofinanciamento e as principais vantagens que ele oferece.
Gostou deste artigo? Quer saber mais detalhes sobre o consórcio para tomar sua decisão com todo cuidado? Então, sugerimos a leitura de outro conteúdo que explica como avaliar se um consórcio é confiável!