Construir sua casa, em vez de comprá-la pronta, é uma maneira de reduzir os gastos e deixá-la personalizada conforme as suas preferências. No entanto, fazer um planejamento de obra é fundamental para que o resultado final seja um imóvel bem construído, seguro e coerente.
Para ajudar você nesse momento, nós preparamos este post com os passos essenciais do planejamento de uma obra. Continue a leitura e confira!
Escolha do terreno
Algumas pessoas primeiro criam o projeto e depois escolhem o terreno adequado para ele. Mas, no geral, o curso de ação deve ser comprar um terreno que esteja dentro do orçamento e, só então, definir um projeto que se adapte a ele.
Na hora de escolher o terreno, é muito importante levar em conta a localização. Evite bairros perigosos, onde o índice de assaltos seja alto, bem como regiões que tenham risco de alagamento nas épocas de chuva.
Criação do projeto
Para que o projeto de sua casa possa ser aprovado pela prefeitura sem nenhum transtorno, é essencial que ele seja feito por um arquiteto.
Muitas pessoas deixam de recorrer a esse profissional achando que seus serviços são caros e sem importância. Na realidade, criar um projeto personalizado pode ser caro, mas existe a opção de comprar um projeto pronto.
Os projetos prontos são modelos criados sem exclusividade pelos arquitetos. Assim, você e o profissional escolhem aquele que é ideal para o seu terreno, mas que também será utilizado por outras pessoas.
Com um projeto personalizado ou não, é fundamental expor ao arquiteto todas as suas ideias sobre a disposição dos cômodos, o tamanho deles, os acabamentos, entre outros. Esse profissional trabalha integrando seus conhecimentos técnicos aos gostos dos clientes.
Aprovação da prefeitura
Para começar a sua obra, é preciso que a prefeitura conceda o Alvará de Construção. Caso contrário, ela estará na ilegalidade.
Os documentos necessários para a obtenção desse alvará dividem-se em dois tipos: os entregues pelo arquiteto e os que o dono do terreno deve providenciar. Os do arquiteto são:
- projeto arquitetônico, especificando: situação/Localização; plantas; planta de cobertura; cortes; fachadas.
- projeto hidrossanitário;
- memorial descritivo;
- registro de responsabilidade técnica (RRT);
- planilha de áreas para casos de construção em condomínios.
Os documentos do proprietário envolvem:
- RG e CPF;
- cópia da capa do IPTU;
- cópia da escritura ou do contrato de compra e venda;
- comprovante de pagamento da taxa de solicitação do alvará.
Esses são os documentos básicos exigidos pela maioria das prefeituras, mas eles podem variar. Por isso, informe-se sobre as exigências do seu município.
Note que a maioria dos documentos exigidos é de responsabilidade do arquiteto. Por isso, a menos que exista alguma irregularidade no IPTU ou na transferência de titularidade do terreno, dificilmente o pedido de alvará será rejeitado.
Os projetos residenciais também podem ser criados por engenheiros civis. Nesse caso, em vez do RRT, o documento que deve ser entregue é o ART (Anotação de Responsabilidade Técnica).
Definição do orçamento
Em geral, os escritórios de arquitetura indicam profissionais para a execução da obra, como pedreiros, encanadores e eletricistas. Mas você também pode pedir orçamentos a outros profissionais de sua confiança.
Assim que o orçamento da mão de obra estiver pronto, é hora de começar a cotar os preços dos materiais de construção. Atualmente, existem várias lojas especializadas no ramo e, na maioria delas, é possível consultar os preços pela internet, bem como fazer os pedidos.
Sempre acrescente 10% ou 15% a mais no valor alocado para cada gasto. Por exemplo, se o orçamento do eletricista foi de R$ 5.000, considere pelo menos R$ 5.500. Assim, se houver alguma eventualidade, você ainda terá dinheiro destinado a esse serviço.
Também é importante comprar alguns materiais (como cimento, tijolos e pisos) com uma margem maior, pois eles apresentam uma taxa de desperdício alta.
Economia na obra
Mesmo alocando um valor do seu orçamento para eventualidades, pode acontecer um imprevisto maior, talvez ainda mais caro do que aquele para o qual você já tinha se planejado. O que fazer nesse caso?
Jamais economize em serviços essenciais, como de estrutura e segurança. Em geral, você pode substituir itens de padrão mais alto e cortar alguns elementos estéticos. Por exemplo:
- substituir o portão elétrico por um comum;
- escolher o revestimento ideal por um preço mais acessível;
- deixar de comprar alguns acabamentos de parede e utilizar somente tinta;
- comprar portas mais baratas (somente as internas, sempre invista em boas portas nas entradas da casa, como medida de segurança);
- substituir mármore ou granito por uma pedra mais barata;
- fazer a garagem somente coberta em vez de fechada;
- comprar lustres, luminárias ou pendentes mais baratos;
- adquirir móveis para casa em bazares;
- escolher modelos mais em conta de pias e bancadas para a cozinha e o banheiro;
- pensar em uma decoração moderna, inteligente e econômica.
É possível fazer essas substituições porque, enquanto a obra estiver na fase de construção da fundação, alvenaria, vigas e telhado — que são as etapas nas quais podem ocorrem mais imprevistos —, você ainda não terá comprado os acabamentos. O ideal é comprar esses itens aos poucos, conforme orientação da equipe de construção.
Supervisão da obra
Se você contratou um bom arquiteto, ele supervisionará periodicamente o trabalho, verificando se a obra está sendo bem executada e se há alguma etapa atrasada. No entanto, é normal que você fique curioso para ver como está ficando sua casa.
Mesmo com o acompanhamento do arquiteto, é bom que o dono do futuro imóvel esteja sempre em contato com os acontecimentos da obra. Se houver algum atraso na entrega de um material ou qualquer imprevisto, você estará lá para tomar conhecimento e resolver a situação o mais rápido possível.
Muitas vezes, aparecem sugestões de fazer alguma instalação de maneira diferente, para que seja mais compatível com o atual estado da obra. Se você fizer o acompanhamento, também poderá tomar esse tipo de decisão, ajudando o trabalho a fluir melhor.
Quais erros devem ser evitados no planejamento de obras?
Assim como as etapas que caracterizam um planejamento de obra bem idealizado, existe um conjunto de erros que devem ser evitados ao máximo. Confira os principais equívocos que devem ficar distantes de um projeto de construção bem-sucedido!
Não seguir o cronograma ou possuir um mal-elaborado
A concepção de um planejamento de obra carrega consigo um fator comum a qualquer tipo de planejamento: a expectativa versus realidade. Isso significa que não adianta projetar algo que, dado o grau de inviabilidade, dificilmente será materializado.
No caso do cronograma, os problemas se iniciam a partir do momento em que o tempo é insuficiente para executar as etapas do projeto. Em se tratando de projetos de obras, tentar ganhar tempo no papel definitivamente é uma péssima estratégia. Isso apenas deixará todas as pessoas envolvidas com o processo apreensivas. Afinal, à medida que as semanas passam, fica evidente que o intervalo determinado para conclusão da obra é muito curto.
Para evitar esse grave engano, é necessário analisar cada etapa com muita calma, a fim de entender suas verdadeiras necessidades. No geral, entenda que estamos nos referindo ao material e à quantidade de pessoas disponíveis para tocar o empreendimento.
Se a equipe for reduzida, a antecipação da aquisição de matéria-prima será em vão. Naturalmente, isso também se aplica à vasta oferta de trabalhadores sem o acompanhamento dos itens utilizados em suas funções. Perceba que a falta de alguma coisa e o excesso de outra comprometem a sequência do cronograma. Logo, a chave para o sucesso é o equilíbrio.
Não considerar normas de segurança
Existe o senso comum de que somente as grandes obras de construção civil demandam o uso de EPIs (equipamentos de proteção individual), como luvas, capacetes e calçados apropriados. Na verdade, esses e outros itens são fundamentais para proteger os trabalhadores de eventuais acidentes de trabalho.
Além disso, caso sua obra não esteja de acordo com as NRs (Normas Regulamentadoras) do setor, ela corre o risco de ser embargada. Nesse cenário, a depender da situação, é estimado um prazo para se alinhar às NRs infringidas. Soma-se a isso o pagamento de multas e a ocorrência de processos judiciais. Em meio a tudo isso, ainda há o comprometimento da entrega da obra, o que costuma render mais prejuízos.
Não estabelecer métodos para monitorar adequadamente a execução do projeto
Tampouco basta tomar todos os cuidados mencionados até aqui se não houver um monitoramento detalhado do projeto. Acompanhar a realização das fases dele de perto é vital para antecipar possíveis falhas. O ideal é que um ou mais funcionários sejam encarregados de efetuar o monitoramento da obra e emitir relatórios que apontem o real progresso do projeto.
Não contratar um seguro
A falta de dimensionamento dos riscos inerentes ao projeto também fica entre os principais erros a serem evitados em um planejamento de obra. Ao ignorar os imprevistos, os responsáveis pelo projeto passam a contar com a sorte, o que jamais é recomendado. Para se proteger, a contratação de um seguro de obras é mais do que primordial.
Fazer o planejamento da obra é muito importante para que ela possa ser executada de maneira segura, dentro do cronograma e, principalmente, obedecendo todas as normas e leis. Lembre-se de que a construção do imóvel dos seus sonhos também depende de um bom orçamento. Afinal, trata-se de um dos elementos decisivos para o bom andamento do projeto.
Se você ainda tem dúvidas quanto ao levantamento de materiais necessários à obra, aprenda agora mesmo a preparar um orçamento de obra perfeito!